Autor: Alexandre Faccioni Barcellos
A CHUVA CHEGA E ACALMA O PÓ DO POTREIRO
LAVA A ALMA DO CAMPEIRO QUE APRECIA DO GALPÃO
SEU PENSAMENTO RECORRE CADA INVERNADA
OLHANDO O TUDO E O NADA SORVENDO SEU CHIMARRÃO
O OLHAR FRONTEIRO CAMPEIA O FIO DO HORIZONTE
"REBANHA" A LIDA EM REPONTE AO SOM DE ALGUM TROVÃO
O FOGO AQUENTA E NA CAMBONA A ÁGUA CHIA
EM COMPARSA A CHUVA FRIA NUM BORDONEIO EM REFRÃO
E ASSIM SE ACHEGA DANDO O AR DE SUA GRAÇA
QUE NA VIDA SE ADELGAÇA E A CHUVA VEM PRO RINCÃO
NO HORIZONTE A LABAREDA PERSISTE
AOS OLHOS DE QUEM ASSISTE E FAZ CLAREAR A ESCURIDÃO
FICO “ENTRETIDO” ESCUTANDO ALGUM FLOREIO,
DE RIBA DE UM PELEGO, DE UM PINHO VÉIO CHORÃO
E O “CAMPASSITO” DA ESPORA CHIADEIRA
VAI NUM TRANCO DE VANEIRA ACALMANDO O CORAÇÃO
E O “CAMPASSITO” DA CHILENA CHIADEIRA
VAI COM A MILONGA CAMPEIRA ACALMANDO O CORAÇÃO
NA TARDE ESCURA O “LAMPEJAR” DÁ UM LAÇAÇO
SEGUIDO DE UM TALONAÇO CUÍUDO BARBARIDADE
CÁ NA FRONTEIRA ONDE O VERSO FAZ RETOVO
PRA LIDA E BÂMO DE NOVO CANTANDO NOSSA VERDADE
potreiro: local onde ficam animais - estábulo
campeiro: homem com rotinas campeiras
cambona: recipiente utilizado para armazenar liquidos, utilizado para esquentar agua para o chimarrao num fogo de chao
bordoneio: som feito com as 3 cordas "mais grossas" do violão - bordões
chilena: espécie de espora
retovo: "encapar" um instrumento com couro
saudades Lavras do Sul bendita !!!!!
truco adelante!!
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